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Vazio…

vazio em plenitude

Mais do que isso, multidão e apenas sexo, só mais uma noite e como vamos morrer, uma ultima gozada, ultimo golpe, gole, texto… Uma falta de desejo, uma vontade de tudo. Suprir o nada, seguir como se fosse alguém (quem?). Negar o amor como se fosse eterno, sedento da falta de… “Eu te amo mas não gosto de você”. É que esse vazio me viciou, me tornou a solidão menos triste que já vi pois nunca estou só e contemplo a multidão enfiada entre as pernas sem sequer me sentir tocada, mas não disse que isso é ruim…

Seja agua porque me sinto pedra. Me dê uma surra! Uma vida não seria suficiente pra testemunhar o efeito, ainda que estivessemos bastante vivos… É só por isso. O grito que engoli me revira o estomago, criou boca e anda a morder-me, subiu pelo esôfago e agarrou com os dentes a minha amidala, é que eu pensei que fosse muito e insuficiente… querer… Esse grito só me  lembra descaso porque não dei ouvidos, e agora é assim: uma dor na garganta e o resto é vazio…

Minha cura adoeceu…

…a partir do momento que não tenho exatidão, foi como um relampago apagando a escuridão, pude ver ainda que rapidamente as correntes e nada pude fazer mas tentei e me desgastei… nunca mais me recuperei ainda que hoje tenha os pulsos livres para a proxima e toda a disposição para o desgaste; meus musculos estão traumatizados (a massagem foi muito forte e curta), meus ossos ainda quebrados talvez farelos, nem os sinto (deveria?), há apenas uma única coisa que acredito estar intacto, que é o espaço vago dentro do que restou dos pedaços colados de um coração que nem sei se é meu ou se foi doado. Trocado? ……..

Dede então encontro cores, tento não me apegar muito ao preto. Um dia, sei, vou estar evitando a escuridão e encontrarei um relampago com voz de trovão. Não consigo definir esta cor, esta voz mas vou mostrar não as minhas cores, sim os farelos do que foi um osso forte e decidido. Pedirei que toque o musculo duro e retido, e perguntarei desde já decepcionada e arrependida:

“Tem cura?”

Give-me a reason.

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Esses ventos sofridos trouxeram uma flor sem pétalas. Linda. Provei um azedo-amargo-doce-frio. Logo suas pétalas vieram como fios de cabelo limpos na minha lingua. Fugi. Os tropeços estão todos… E ainda não encontrei a razão que vim buscar, a verdade de desaprendi ainda na infância. Assim fugindo dos devaneios e assoprando com calor a ardencia da ferida exposta descubro uma pontualidade fatal no destino, os erros que nunca falham…

E a razão?

“O que você dá retornará para você, você precisa aprender!”

Gosto do silêncio………………………………………………….

Não me lembro…

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A última vez que me entreguei foi assim, não tinha chão mas tinha teto, mãos, tesão e… derrelição…  Não me lembro mas foi ruim não saber pisar no ar, e tentar articular um entendimento pra um sentimento que ousei achar bom. Logo veio a ebulição, a larva me assustou e mal aprendi a pisar corri. Tropecei no primeiro sopro e pensei que pudesse segurar na mão do meu maior motivo, mas não eramos forte o suficiente. Cai…

Era larva pura!